Em mais uma postagem da série "Para ler romances de época" você irá conhecer um pouco sobre a questão dos dotes para a sociedade daquela época. Naquele período, para se relacionar com uma jovem, quando não era um relacionamento arranjado, as relações afetivas se relacionavam não apenas a beleza, mas também se levava em conta o dote e o prestígio social da família da moça. Nesse post te contarei melhor essa história para você entender melhor quando falar do tema nos livros de romance de época.
Pensar em casamento no século XIX é ter em mente que quase 90% deles eram arranjados, em que ou a família da noiva e do noivo já faziam acordos antes dos próprios se conhecerem, ou o próprio noivo acertava essa questão com a família da noiva. E esses acordos levavam em conta a questão financeira da família da mesma classe social e em todos os casos de casamento, a família da noiva deveria oferecer ao noivo uma herança em dinheiro, terras, escravos, jóias ou em bens, e essa herança era chamado de dote. Os dotes portanto, eram considerados como um adiantamento às noivas de sua herança que lhe era de direito deixada pelos seus pais.
Pensando criticamente a respeito do tema, os dotes seriam uma forma de negócio entre o sogro e o genro, em que às mulheres eram vistas como mercadoria, na medida em que os genros buscavam casamentos mais lucrarivos para eles e as mulheres que acabavam em grande parte sofrendo no final, com maridos que mal conheciam. É claro que nos romances de época essa visão em muitos deles não aparece dessa forma, dando uma leveza para o tema com protagonistas que pouco se importam para os dotes, mas claro, em todos os livros de época vemos essa palavra aparecendo. E em livros que destacam o protagonista falido, essa é uma das questões que entram em cheque e vemos o quanto que eles buscam por casamentos com mulheres que lhe concediam grandes dotes.
Portanto, os dotes tinham uma função bem demarcada para homens e mulheres: para as mulheres, quanto maior o dote, maior a possibilidade de conseguir um bom casamento e vale destacar que as mulheres tinham uma função bem demarcada no casamento, na medida em que elas eram criadas para prestar apoio, conforto e lealdade ao marido e para gerar os herdeiros dele. Já para os homens os dotes garantiam o aumento da fortuna deles e nos casos dos homens falidos, garantia uma forma de salvar sua fortuna. Os homens tinham a tarefa de comandar seus títulos ou postos militares para aqueles que não herdavam o título dos pais por não serem primogênitos.
De modo geral, descaco que embora os romances de época abordem o século XIX, eles rompem ao mesmo tempo com muitas das características cruéis daquela época, na medida em que ele demonstra toda a história daquele período, mas suaviza muitas questões que se levassem ao pé da letra seriam história muito cruéis e tristes até. Emfim, ao meu ver, os romances de época estão valorizando o protagonismo feminino e construindo protagonistas masculinos com uma visão muito melhor das mulheres ao ponto de não a tratarem de modo inferior a eles, mas como uma espécie de igualdade ao modo daquela época claro. Enfim, os romances de época estão vindo com todas as características positivas daquele período como os bailes, as roupas, às danças e apresentam aventuras e vivências algumas fantasiosas, outras até bem realistas, sem focar muito nas crueldades daquele período.
Esse foi um post bem rapidinho para te mostrar um pouco sobre o assunto apenas para te introduzir aos livros de época. Não aprofundei, pois essa não era o intuito do post, até porque os romances de época só pincelam o assunto. Se gostou do post mande para um amigo ou amiga que gosta de romance de época ou que pretende começar a ler esse gênero.
Beijos e até o próximo post
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